REFLEXÕES DA GROTA # 021

A fé na razão é racionalmente insustentável. As razões da fé são ontologicamente necessárias.

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A vida sem poesia seria apenas uma equação fria que erroneamente reduziria tudo à mediocridade de seus limites matemáticos.

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A linguagem utilizada por um homem é o traje de suas percepções, o sapato de suas ideias e as cuecas de suas reflexões.

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A morte é o ponto para onde tudo converge. Nesse sentido, tanto a possibilidade dela ser o término de tudo, quanto a probabilidade da imortalidade de nossa alma, são perspectivas terrificantes. Não há escapatória. Diante do limite da existência não existe perspectiva confortável.

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Todos irão morrer. Eu, você, todos nós. Não há remédio para isso. A única coisa que podemos fazer, a única coisa que podemos pedir a Deus, é que Ele não permita que morramos como um perfeito idiota.

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A companhia duma pessoa criticamente crítica é um suplício; ouso dizer que essa seria uma espécie de antevisão pálida das penas do purgatório; ou, no mínimo, tais companhias poderiam ser tidas como uma das piores formas de solidão, possíveis e pensáveis, nesse mundo modernoso em que vivemos.

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Amar erroneamente é uma encrenca. Uma encrenca das bravas. Odiar por engano não é nem um pouco diferente.

Escrevinhado em 10 de outubro de 2019,

por Dartagnan da Silva Zanela,

diretamente Do Fundo da Grota –
http://zanela.blogspot.com/