O FIM SEM FINALIDADE
Uma das coisas mais terríveis,
que dão testemunho de nossa insensatez de cada dia, é a ânsia que nutrimos pelo
tal do fim de semana.
Nem bem terminou o domingo, não
são poucas as pessoas que já se veem ansiosas para que chegue logo a dita cuja
da sexta-feira.
Viver alimentando essa volúpia
pelo fim dos dias chamados de úteis denota, entre outras coisas, que a nossa
vida não passaria duma grande agonia sem sentido, desprovida de qualquer
propósito que seja maior que a possibilidade de zoar hedonisticamente, ou apenas
preguiçosamente, nalguns dias da semana.
Não é à toa que muitas pessoas
vivam seus dias de maneira sorumbática. Não mesmo.
Pobres almas. Vivem o tempo todo
num lugar que não gostariam de estar, digo, vivem num lugar cuja finalidade elas
não querem encontrar de jeito maneira.
Consequentemente brota nos
coração dessas pessoas um sentimento de fracasso. Sentimento esse fruto duma
vida que, como diria Manuel Bandeira, poderia ter sido, mas não foi. E não foi
porque procuravam a resposta não na vida, na nossa cruz de cada dia, mas sim,
na fuga que nos é ofertada por um regozijo fugidio de ocasião que pode ser
acessado por nós num fim de semana, mas nunca efetivamente conquistado em nosso dia a dia.
Escrevinhado por
Dartagnan da Silva Zanela, em 04 de abril de 2019.
Dia de Santo Ambrósio.
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