AMAR É CONHECER

Conhecer é, por definição, um ato abnegado e amoroso onde graciosamente nos sacrificamos pelo conhecimento do objeto amado que, por sua deixa e à sua maneira, nos transforma.

Bem, é nesse sentido que Camões nos ensina que o maior desejo do amador é tornar-se a coisa amada. Por isso, possivelmente, penso eu, que todo poeta deseja que tudo o que ele diga ou faça venha a ser poesia, como tanto queria Leminski o que, a meu ver, parece-me ser uma bela medida.

Porém, todavia e entretanto, muitas vezes o objeto que elegemos para amar é algo que, vagarosamente, nos corrompe e destrói a personalidade sem que percebamos e isso, como bem nos adverte Mário Quintana, não pode ser amor.

E não pode, porque ele, o objeto de nosso amor, deve ser algo que nos mova a transformarmo-nos no melhor que podemos ser e que, por isso, devemos sê-lo; porque conhecer é amar e amar, sempre é, verdadeiramente conhecer o objeto amado conhecendo-se através dele.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela, em 03 de abril de 2019.
Dia do falecimento de Johannes Brahms.