DOCE ILUSÃO
Há aquela velha imagem, a do
jumento caminhado na direção duma cenoura, presa em uma vara, que todos nós
conhecemos de longa data.
Costuma-se utilizá-la como uma
analogia para explicar a condição que muitos de nós, vez por outra, nos
encontramos; correndo atrás duma ilusão materializada na forma dum sonho tolo,
duma ideologia furada ou dum líder político de caráter mais que duvidoso.
É claro, é mais do que claro que
sempre o tonto a perseguir a cenoura alienante, em nosso presunçoso entendimento,
seria invariavelmente outro qualquer, principalmente nossos desafetos
políticos; ainda mais se somos daquelas pessoas que se consideram sumamente
críticas e engajadas na defesa de causas supostamente justas.
Se, por um acaso do destino,
assim agimos, vale lembrar que a formula, mais que perfeita, para que sejamos
feitos de otários, seria acreditarmos piamente que estamos imunes a essa triste
e infame possibilidade.
A possibilidade de sermos feitos
de trouxa.
E não há, na face da terra,
galerinha mais susceptível de ser engambelada, e utilizada como massa bovina de
manobra, do que aqueles que se autodenominam como sendo os mais críticos dos cidadãos
críticos.
Nesses casos, não tem muito que
fazer, a não ser oferecer uma xícara de café para, quem sabe, aliviar um
pouquinho a condição de pateta nada original do infeliz criticamente crítico.
Escrevinhado por
Dartagnan da Silva Zanela, em 18 de março de 2019,
natalício de Seymour Martin
Lipset (sociólogo americano).
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