OUTRAS GOTINHAS CORROSIVAS
A galerinha com pose de sabida,
de intelectual, enche a boca pra dizer que o povo brasileiro não gosta de
discutir assuntos relacionados a política. Isso prova, por “A” mais “B”, que
intelectual é um bicho avoado mesmo, que desconhece por completo como pulsa o
coração do povão. Se há uma coisa que as pessoas gostam de assuntar é
justamente sobre política. Claro, não se conversa sobre esses assuntos do jeito
empolado que a turminha diplomada com suas utopias vazias gosta. Claro que não.
Graças a Deus. Mas não há um canto nesse mundão verde e amarelo que não se
assunte sobre esse trem fuçado.
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Quando falta água todo mundo
reina. Eu também reino. É um desconforto que atravanca o dia da gente. Bem,
verdade seja dita: a vida moderna nos deixa muito mimados. Sim, é incômodo
ficarmos sem algo que estamos acostumados a ter, e a ter em abundância, mas não
é o fim do mundo sermos privados disso por algumas horas. Quando esses perrengues
ocorrem, francamente, prefiro lembrar que há inúmeras pessoas trabalhando para
que esse desconforto não perdure e, frequentemente, não dura muito não. Graças
a Deus. Graças ao abençoado trabalho deles. Pois é. Mas ao invés de
agradecermos a resolução relativamente rápida que foi dada para um problema
que, francamente, não saberíamos como resolver, preferimos praguejar contra os
esporádicos obstáculos que se apresentam e, fazemos isso, porque, no fundo,
somos pessoas profundamente caprichosas e ingratas para com aqueles que,
anonimamente, lavoram para que não tenhamos que nos preocupar com certas coisas
que seriamos, no mínimo, incompetentes para resolver e incapazes de prover.
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Teremos eleições esse ano?
Teremos, sim senhor! E, por isso mesmo, podemos dizer que esse será um ano de
promessas. Mais um entre tantos que já se foram. Mas verdade seja dita: nós
vivemos de promessas. Não vivemos sem elas. Eu, você, todos nós. Não saberíamos
o que fazer sem a presença delas. Prometemos para nós mesmos que iremos
realizar determinadas coisas, prometemos para os outros que faremos isso ou
aquilo e, é claro, confiamos em muitas promessas que nos são feitas por
inúmeras pessoas e instituições e, é claro, duvidamos de outras tantas. O
cumprimento zeloso das mesmas pode criar uma atmosfera de confiança, uma sólida
base para a vida em sociedade; já o desdém malicioso frente as palavras
firmadas, fomenta a formação de um ambiente que corrói o caráter e dissolve os
laços de convívio social, condenando-nos a viver numa espécie de horda onde
apenas os mais fortes e os mais vis tem vez. Enfim, não é à toa que estamos no
estado em que nos encontramos. Basta que olhemos atentamente para as ruas e bem
como para os átrios do nosso coração que iremos constatar essa triste obviedade
ululante.
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Algumas vezes tenho a impressão,
não sei por quê, de que o caboclo pra ser vereador tem que ter severos problemas
de visão e de audição. Só pode. Não digo isso por maldade, mas há certos
problemas que afetam a vida dos munícipes que até mesmo um cego é capaz de
perceber. E as pessoas falam, apontam, chamam a atenção dos abençoados para os
perrengues, mas estes se fazem de surdos e, como consequência, começam a agir
feito uns abestalhados e, tal atitude, não redime de jeito maneira as
paspalhices do chefe do executivo e de seus pares, nem tão pouco ajuda a
melhorar a vida dos cidadãos dessas cercanias democráticas. Enfim, como havia
dito, às vezes tenho essa impressão, não sei por quê. Por que será?
Escrevinhado por Dartagnan
da Silva Zanela.
Quaresma de São Miguel.
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