DUAS REFLEXÕES POUCO CONVENIENTES



Em matéria de política, uma das coisas que sempre me impressionou, foi a forma canhestra com que muitas pessoas viam, e veem, toda ordem de vilania como se fosse uma expressão sapiente e pragmática de maturidade.

Ou seja: para muitos, agir como um mafioso de quinta categoria seria sinônimo de capacidade de articulação, experiência política e habilidade administrativa. Triste isso, não é mesmo?

Enfim, por essas e outras que, definitivamente, o Brasil não é para principiantes, muito menos para pessoas minimamente normais.

Por fim, essa que um dia foi apenas uma terra de desterrados, nas últimas décadas acabou se tornando um decadente manicômio.

* * *

Sim, é fundamental que tenhamos em nosso triste país um espaço para o diálogo, para a negociação e, porque não, para alianças. Porém, de minha parte, que sou tão somente um reles e insignificante bebedor de café, creio que, mais importante do que isso, seria delimitarmos uns pontinhos bem simples, os quais seriam: (i) sobre o que iremos dialogar? (ii) estabeleceremos o que como objeto duma possível negociação? (iii) se essa for viável, em que termos sua tessitura será feita? (iv) por fim, quais seriam os critérios que iriam viabilizar uma possível aliança?

Se isso tudo não for levado em consideração, francamente, tudo o que vier a ser rotulado como sendo diálogo, negociação e aliança, não irá passar de um punhado de conluios entre mafiosos para passar a perna em todos os otários dessa triste nação, estejam eles [nós, no caso] de plantão ou não.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela,
03 de junho de 2019.



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