COMO MENTIRAM PRA MIM
Uma das grandes sacanagens da educação contemporânea,
para com as tenras gerações, é esse papo de que a criança deve aproveitar a
infância, que ela deve se preocupar apenas com a sua meninice.
Pois é. Não é à toa que muitos de nossos jovens
apenas começam a se preocupar em agir como um adulto quando estão na idade de
agirem como um o que, como todos bem o sabem, lhes causa uma frustração sem par,
porque não querem saber de abraçar as agruras duma vida com responsabilidades.
(Para a infelicidade geral, temos governantes e
autoridades que apresentam um quadro mais ou menos assim).
Onde já se viu ter que começar a agir como uma pessoa
responsável pelos seus atos e, principalmente, pelas consequências advindas dos
mesmos? Isso é coisa de fascista, reacionário, ou dalgo que o valha.
É, mas não é assim não, amiguinho. Essa é a vida e
ela é desse jeitão mesmo. Não tem meias palavras. Não há meio termo.
Infelizmente, durante anos, mentiram pro cê. E como
mentiram.
A infância não é e não pode ser tida como um jardim
encantado, fechado em si mesmo. Ela deve, sim, ser uma preparação para a vida
adulta que, por sua deixa, não tem nada que ver com essa conversa mole de que a
infância deve ser aproveitada pela criança para ser criança.
Não. Isso é um desperdício absurdo deste tempo
precioso que deveria estar sendo bem utilizado para nos tornarmos aquilo que
devemos ser: gente. Isso mesmo. Gente.
Deveria, mas, como todos nós muito bem sabemos, nos
dias de hoje bajular tornou-se sinônimo de educar; e, enquanto não retificarmos
o sentido dessa palavra idolatrada, que é a educação, ela continuará a ser
apenas um reles slogan esvaziado de vida e propósito que, ao invés de guiar os
infantes para a vida, continuará a agrilhoa-los na puerilidade por tempo
indefinido.
Dartagnan da Silva Zanela,
13 de maio de 2019.
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