RETORNO AO PARÁGRAFO PERDIDO
Seu Tibúrcio estava sentado na mesinha do canto da padaria do Nhô Belmiro, tomando seu pingado de sempre, na companhia do Otto, até que, de repente, um guri chegou dizendo em alto e bom som: “e aí velho! O que você tá fazendo?” “Estou lendo. Abestado”. “Lendo o quê”? “Otto Lara Resende”. “Parece chato”. “Não piá. Chato é outro trem e dá noutro lugar”. “Credo seu Tiba! Que bicho te mordeu”. Tibúrcio fechou o livro e mirou o garoto maroto nos olhos. “Tá bom piá. Diga”. “Nada. Só queria te sarnear um pouco”. O Velho estrangulou o menino com um olhar fulminante. O silêncio se fez presente entre os dois por alguns segundos. O menino sorriu; deu um abraço apertado no senhorzinho e saiu. “Vou indo pro ginásio seu Tiba!” “Vá! Vá! E juízo!” O velho ficou silente, pensativo, balançou a cabeça, franziu a testa e, calmamente, deu um golaço no resto do seu pingado; colocou o copinho sobre o guardanapo e rasgou o restinho do silêncio que ficou soltando aquela gargalhada que só ele sabe dar. “Que foi isso velho louco!” “Nada Belmiro. Nada”. “Quer mais um pingado”? “Por favor. Demorou...”
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
Muito obrigado por ter lido nossa modesta escrevinhada até o fim e, se você achou o conteúdo da mesma interessante, peço, encarecidamente, que a recomende aos seus amigos e conhecidos, compartilhando-a. Desde já, te agradeço por isso.
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