O SOL NASCE PRA TODOS
O sol nasce radiante, brilha no horizonte que não se faz mais
tão distante do toque de nossos sonhos vaidosos; o sal nasce e toca com seus
raios fulgurantes o nosso inchado ego, queimando nossos delírios que se
desfazem no ar com o luzir dos raios da Verdade que se fez carne e habitou
entre nós.
O sol, olhar celeste que tudo vê, coroa a majestade da realidade
e dissipa com sua presença tudo aquilo que não suporta o esplendor da realidade
para que, desse modo, o horizonte de nossos dias tornem-se claros e permita-nos
caminhar de modo firme e varonil em nossa jornada por esse vale de lágrimas.
O sol, sim, o olhar do sol queima toda a soberba, dissipa toda
mentira e, talvez, por isso mesmo, quando voltamos nossas vistas para admirar –
diretamente - a sua formosura, nossos olhos acabem ardendo como se estivessem
sendo rasgados por cacos de vidro, tamanha é a vaidade que habita e infla nossa
alma sebosa, tão grande é a farsa que viceja em nosso maculado coração.
Sim, o sol nasce para todos; a verdade existe e está amorosamente
disposta a ensinar a qualquer um o que significa ser gente; porém, quantos são
aqueles que estão realmente desejosos de ver a vida como ela realmente é?
Quantas são as almas que, de fato, estariam dispostas a libertar-se dos
grilhões que nos impedem de sermos quem deveríamos ser? É difícil dizer.
Na verdade, não é tão difícil assim não. O que, na realidade,
torna-se complicado é reconhecermos que há uma grande probabilidade de sermos
uma dessas almas envaidecidas que se recusam a crescer e amadurecer.
Devido a essa recusa, muitíssimos se apegam a algum consolo
psíquico na forma dum badulaque material, dum prazer fugaz e vicioso, duma
carreira profissional, duma ideologia, de qualquer coisa que nos sirva de peneira
para tapar a nossa vista do sol da verdade.
Não é à toa que a vida moderna é, assim, tão rasa de sentido;
não é por menos que o homem moderno encontra-se tão aturdido consigo e com
tudo, pois se vive, nos dias de hoje, não apenas com medo da luz, mas negando a
sua existência, tamanha é a desorientação que impera entre nós.
Escrevinhado em 29 de agosto
de 2019,
por Dartagnan da Silva
Zanela.
Fundo da Grota:
http://zanela.blogspot.com
Comentários
Postar um comentário