REFLEXÕES DA GROTA # 008
Vamos direto ao ponto do conto: se realmente desejamos
conhecer e compreender o passando deveríamos examinar o presente. Por quê?
Simplesmente porque a atualidade é fruto daquilo que nos idos de antanho foi
cultivado. Agora, se nosso intento é vislumbrar algo que ocorrerá nos dias que
em breve virão, deveríamos, também, examinar o presente, porque o hoje é a
semente daquilo que está por vir. Resumindo o entrevero: tanto o que já passou
quanto o que está por vir, têm suas raízes, profundas ou superficiais, deitadas
nos fatigados átrios de nosso coração que pulsa intensamente no momento de
agora.
# # #
Qualquer um que decida adentrar na arena política, deve ter
em mente que um grupo organizado é uma pedra fundamental, indispensável. O
partido, ou o movimento, devem ser como um time que trabalha em prol duma
finalidade comum. Por isso, penso eu, que seria uma grande imprudência
participar deste jogo sem contar com uma força política organizada. Se alguém
que entra na luta política fazendo pouco caso da organização de seus quadros,
desdenhando a importância da formação [continuada] duma militância, ignorando o
espírito de equipe, a luta pelo poder perde totalmente o seu foco, seu
propósito; e, goste-se ou não, aquelas boas razões que, no princípio, poderiam
ter motivado algumas pessoas bem intencionadas a lutar pelo poder, acabam se
dissolvendo e perdendo toda a sua fibra moral, caindo no marasmo da vida
cotidiano e, por sua deixa, tudo termina por ser instrumentalizado por toda
ordem de grupelhos de oportunistas de plantão que, organizados ou não, neste
nosso triste país, abunda em todos os seus cantos e rincões.
# # #
Lutar por uma causa, defender uma bandeira ou uma ideologia,
em si, não é feio não. O que é tremendamente ridículo é fazer da defesa dum
trem desse naipe sua profissão de fé ou, pior, deixar-se fazer de bobo, por
lobos em pele de cordeiro, para poder sentir-se parte duma matilha [organizada
ou não] para obter uma relativa e duvidosa segurança psicológica. Enfim,
defendamos o que, por bem ou por mal, avaliarmos como sendo correto e
desejável, mas não abdiquemos, jamais, da autonomia da nossa consciência; não
coloquemos uma convicção de momento, ou uma ideologia de ocasião, no lugar do
trono da verdade no palácio da nossa consciência.
# # #
Não tenha medo do ridículo. Tema, sim, a deslealdade para
com Deus e a infidelidade para com sua consciência. Isso sim, meu amigo, é
temível. O ridículo, não.
Escrevinhado em 18 de
setembro de 2019,
por Dartagnan da Silva
Zanela.
Do fundo da Grota:
http://zabela.blogspot.com
Comentários
Postar um comentário