REFLEXÕES DA GROTA # 009
A maturidade é um momento efêmero, um momento exprimido
entre as tolices da juventude e os arrependimentos que assombram a velhice.
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O contraditório é fundamental para a formação do nosso
caráter. É muito difícil compreender, com um mínimo de clareza, qualquer coisa
se não temos, em nosso íntimo, um punhado de pontos de comparação e um sincero
desejo de conhecer a verdade, mesmo se essa abale os alicerces de todas as
nossas convicções. Porém, há um detalhe importante que deve ser levado em
consideração: há pessoas que procuram o contraditório de maneira honesta e
sincera, porque realmente desejam ver a realidade como ela é; outros, como todos
muito bem sabemos, apenas querem reafirmar a ignorância fundamental de sua
deformada personalidade bovina. Só isso e olhe lá.
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A vida é breve. Como é. A gente se bobeia e, quando vê, ela
passou. Por essa, e por outras razões, lembremos sempre que os nossos dias de
varagem por esse mundo são poucos para ficarmos desperdiçando com mesquinharias
que apenas apequenam a nossa alma.
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Constância e propósito; isoladas uma da outra, não passam de
palavras que nos remetem a forças inconstantes e desordenadas que habitam o
âmago da nossa alma. Agora, se estas forem ordenadas, elas acabam dando sentido
e ordem uma à outra, gerando uma sutil tensão no âmago de nosso ser que pode
nos impulsionar para sermos muito mais do que somos; para sermos aquela pessoa
que devemos ser.
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No meu tempo de moleque, vivido lá pelos idos dos anos
oitenta, nós brincávamos de Rambo. Isso mesmo. Metralhadora de brincado na mão;
faca de plástico no bolso do calção; arco, flechas e aljava, feito por nós mesmos,
nas costas; um retalho de pano vermelho amarrado na cabeça e pronto: o fervo
estava feito. Era assim no meu tempo de guri, hoje, não mais. Nestes dias
mimizentos em que vivemos, Rambo tornou-se uma espécie de bicho-papão terrível
que assusta muito, muitíssimo; porém, não são as crianças que se pelam de medo
dele. São as pessoas crescidinhas [politicamente corretas], de alma sebosa e
limpinha, que fazem beicinho quando veem a cada feia do velho boina verde.
Escrevinhado em 19 de
setembro de 2019,
por Dartagnan da Silva
Zanela.
Do fundo da Grota:
http://zanela.blogspot.com
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