UM PONTO SEM NÓ
Expressar de qualquer jeito aquilo
que pensamos ou sentimos sobre algo é uma coisa que qualquer boco de mola é
capaz de fazer, tendo em vista que não exige esforço algum do sujeito para
realizar tal façanha. Agora, dizer o que pensamos e sentimos com as palavras
apropriadas, devidamente pesadas e medidas, é um trem que alguns caboclos, não
muitos, realmente conseguem realizar com relativa maestria e isso, francamente,
é algo invejável. Agora, expressar com atos, gestos e palavras o que sentimos e
matutamos é algo que, todos nós, deveríamos almejar fazer. E não é só isso. Se
não formos capazes de conseguir realizar esse tipo de proeza, poderíamos, sem
medo algum, nos calar e nada dizer.
[ii]
Tradicionalmente representa-se a
arena das disputas pelo poder como sendo algo similar a um tabuleiro de xadrez,
com aliados e adversários claramente separados e devidamente identificados.
Pois é. Faz tempo que não é mais assim. Há algumas décadas atrás, o escritor
Umberto Eco disse que no tabuleiro do mundo havia mudando e que as peças
antagônicas passaram a se apresentar com a mesma cor, tornando o jogo
muitíssimo mais difícil de ser jogado e, obviamente, de ser compreendido.
Agora, são outros quinhentos. Tivemos um upgrade nessa bagaça confusa por
natureza. Atualmente as peças antagônicas não são mais pretas e brancas como
antigamente, ou apenas brancas, como eram até a véspera. Hoje elas são
multicoloridas e multifacetadas e, o tabuleiro, indefinido e multidimensional,
o que acabou tornando os jogos pelo poder uma verdadeira série de lutas de
facão sem cabo no escuro. Um verdadeiro Deus nos acuda.
[iii]
Numa passagem da saga “Guerra nas
estrelas”, onde o Chanceler Palpatine deu aquele baita golpe de Estado que inaugurou
o Império, a rainha do planeta Naboo, e senadora da república galáctica, Padmé
Amidala, melancolicamente disse: “é assim que a liberdade morre; com um
estrondoso aplauso”. Penso que todos nós lembramos claramente dessa passagem.
Pois é, saltando da ficção cinematográfica para a sorumbática realidade que
vivemos atualmente, assombrada por uma confusa guerra biológica e informática,
estamos vendo, meio que atordoados, as pretensões totalitárias dos projetos de
poder globalista assassinando sem dó a liberdade. Isso mesmo! Ela está sendo
sádica e lentamente sufocada por um desejo despersonalizado e desmensurado por
controle, por poder, alimentado por fantasias midiáticas em misto com diatribes
cientificistas e escaramuças ideológicas. Enfim, tal qual na ficção, a
liberdade está sendo morta e esquartejada diante de nossos olhos, duma forma
tremendamente estúpida e com nosso incondicional e terrificado consentimento.
[iv]
Agir com responsabilidade não é tão
só e simplesmente fazer aquilo que consideramos ser a coisa mais acertada num
determinado momento para, como direi, ficarmos bem na fita. Não. Isso é
molecagem de gente oportunista e sem caráter. Agir com responsa é chamar para
si a situação e, principalmente, assumir a autoria das consequências que irão
advir das decisões tomadas, sejam elas negativas ou não. Isso sim, meu caro, é
ser responsável e, fazer isso, não é algo para pessoas com alma de papelão e
coração de geleia.
Escrevinhado por Dartagnan
da Silva Zanela.
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