REFLEXÕES NADA ORTODOXAS DUM BEBEDOR DE CAFÉ
Estamos diante duma profunda
mutação civilizacional que implicará, entre outras coisas, na destruição de
nossa liberdade, na morte da nossa alma e, quando alguém tenta nos chamar a
atenção para a gravidade do que está acontecendo, para o perigo que está para
além dos noticiários sórdidos, nós rapidamente nos escondemos embaixo das
sombras de nossa covardia, feito baratas tontas que se assustam quando alguém
acende a lâmpada da cozinha, pois não queremos que a luz da verdade alumie a
morada de nossa alma.
[ii]
Pela primeira vez na história da
humanidade a covardia foi elevada à categoria de virtude cívica número um.
[iii]
Se nós temos medo de perder essa
vida, nós já perdemos tudo, inclusive a nós mesmos.
[iv]
Lembremos, com vergonha, que neste
ano, pela primeira vez na história da Cristandade, na semana em que Cristo
Nosso Senhor venceu a morte, nós, Cristãos, estávamos escondidos com medo de
morrer.
[v]
Essa folia de querer ficar exibindo
para todos a nossa suposta “felicidade”, essa mania de ficarmos cantando aos
quatro ventos - das redes sociais - o quão belos são os nossos momentos de
regozijo miúdo, além de ser uma cretinice sem par, acaba por revelar,
publicamente, um retrato fidedigno duma vida desprovida de sentido e sem
profundidade humana alguma, uma selfie mui fidedigna da nossa indigna e porca
vida.
[vi]
Há certas verdades na vida que dificilmente
um dia serão compreendidas por nós. Pior! Muitas vezes tais verdades tornam-se
claras e cristalinas feito água de bica quando já é tarde demais. Quando isso
acontece, ao invés de procurarmos aprender com nosso tropeço, abraçando a
verdade mesmo que tardiamente, preferimos nos lambuzar suinamente com
justificativas mil para, tolamente, escondermo-nos da voz sussurrante de nossa
consciência que tenta, insistentemente, nos despertar de nossos soberbos enganos.
[vii]
Algumas vezes achamos que as
pessoas maldosamente estão nos ridicularizando por algo que estamos fazendo,
porém, se isso acontecer, penso que devemos nos perguntar se, de fato, não
estamos sendo ridículos e, se estivermos, então tais figuras não estão a zombar
de nossa pessoinha, mas sim, a descrever com precisão a ridícula situação em
que nos encontramos.
Escrevinhado por Dartagnan
da Silva Zanela.
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